Leia o fragmento a seguir para responder à questão.
Mesmo estranhei, quando fui notando que o tiroteio da rua tinha pousado termo; achei que fazia um certo minuto que o fogo tinha sopitado. Cessaram, sim. Mas gritavam, vuvú vavavá de conversa ruim, uns para os outros, de ronda- roda. Haviam de ter desautorizado toda munição”? Olhando, desentendi. [...] E vi, chefiando os dele, o Hermógenes! [...].
Conheci o que estava para ser: quer os dele e os meus tinham cruzado grande e doido desafio, conforme para cumprir se arrumavam, uns e outros, nas duas pontas da rua, debaixo de forma; e a frio desembainhavam. Que vendo, Diadorim — movimentos dele. Querer mil gritar, e não pude, desmim de mim-mesmo, me tonteava, numas ânsias. [...] tiraram minha voz.
ROSA, João Guimarães. Grande sertão: veredas. 19. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. p. 609-010. (Fragmento).
O trabalho com a linguagem, nessa narrativa de Guimarães Rosa, revitaliza os recursos da expressão linguística, perfazendo uma intersecção com o universo do
drama
folclore
anedótico
poético