Leia o excerto de um texto de João Guimarães Rosa, O burrinho pedrês, do livro Sagarana, para responder à questão
Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.
Agora, porém, estava idoso, muito idoso. Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa, para espiar os cantos dos dentes. Era decrépito mesmo a distância: no algodão bruto do pelo — sementinhas escuras em rama rala e encardida(...)
Assinale o único item correto com relação a propriedades gramaticais de excertos do texto em pauta:
Em “a distância”, deveria haver sinal indicador de crase, por se tratar de expressão adverbial de lugar feminina.
Em “Tanto, que nem seria preciso abaixar-lhe a maxila teimosa”, temos uma oração subordinada de valor consecutivo e um pronome pessoal com valor possessivo.
O verbo “espiar”, por ser um registro informal, não deveria fazer parte de um texto literário, sobretudo um texto que prima pelo valor estético.
Em “Era decrépito mesmo a distância”, o sujeito sintático não é recuperável no contexto, e deveria haver vírgula obrigatória depois de “decrépito”.
“Vindo de Passa-Tempo”, oração subordinada reduzida, se fosse desenvolvida deveria ter pronome relativo e verbo no presente do indicativo.