Leia o excerto abaixo, da autoria de Castro Alves.
Mocidade e morte
[...] Morrer... quando este mundo é um paraíso,
E a alma um cisne de douradas plumas:
Não! O seio da amante é um lago virgem...
Quero boiar à tona das espumas.
Vem! formosa mulher – camélia pálida,
Que banharam de pranto as alvoradas.
Minh’alma é a borboleta, que espaneja
O pó das asas lúcidas, douradas... [...]
Fonte: ALVES, Antônio Frederico de Castro. Mocidade e Morte. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=86840>. Acesso em: 13 fev. 15.
A respeito do trecho lido, é correto afirmar que
os versos melancólicos enfatizam a tomada da morte como um meio de evasão desejado pelo sujeito lírico.
o sensualismo latente nos versos se opõe aos contornos idealizantes com que o Romantismo tende a pintar a figura feminina.
a decepção com o amor das mulheres está entre os motivos para o eu lírico romântico desejar a morte.
as imagens construídas acerca do ser feminino deixam transparecer uma sutil referência ao ato sexual, reforçando o modo de mostrar o amor no Romantismo.
o sujeito lírico, nos versos, rebela-se contra o fim, exaltando a liberdade, o que caracteriza o autor como o “Poeta dos escravos”.