Leia o excerto a seguir.
O francês Auguste de Saint-Hilaire foi um entre muitos viajantes europeus que percorreram o território brasileiro no século XIX: “Entre todas as partes desse império que percorri até agora, não há nenhuma outra onde uma colônia de agricultores europeus tenha possibilidade de se estabelecer com mais sucesso do que ali. Eles encontrarão um clima temperado, um ar puro, as frutas do seu país e um solo no qual poderão desenvolver qualquer tipo de cultura a que estejam acostumados, sem grande dispêndio de energia. Assim como os habitantes do lugar, eles poderão criar gado; recolherão o seu estrume para fertilizar as terras, e com o leite, tão cremoso quanto o das regiões montanhosas da França, poderão fazer manteiga e queijo, que encontrarão fácil mercado nas partes mais setentrionais do Brasil. Pelo seu número, eles teriam intimidado os indígenas e posto a região a salvo de suas devastações”.
(Adaptado de: SAINT-HILAIRE, A. Viagem a Curitiba e Província de Santa Catarina. Trad. Regina Reis Junqueira. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: USP, 1978. p.27.) 9 / 21
O excerto, apesar de escrito em 1820, expressa de maneira significativa uma característica do processo de imigração europeia no Paraná que ocorreria nas décadas posteriores.
Que característica é essa?
A presença de colonos europeus inauguraria a criação de gado com o objetivo de atender outras regiões do País.
A presença de colonos europeus levaria o progresso à região, o que se demonstra pela grande quantidade de escravos africanos comprados.
A presença de colonos europeus seria a garantia de conversão das populações indígenas ao cristianismo, uma vez que os jesuítas falharam nessa ação.
A chegada de colonos europeus integraria um projeto do governo imperial de civilizar o território brasileiro, e isso significava expulsar as populações indígenas do território ou obrigá-las a viver segundo os costumes europeus.
A região dos Campos Gerais se tornaria importante pela produção cafeicultora, e o porto de Paranaguá seria o segundo do país em volume exportador de café, ficando atrás apenas do porto de Santos.