Leia o cordel abaixo:
guerra de canudos
Vou narrar pros meus leitores
Num trabalho consciente
A campanha de Canudos
A maior do Continente...
Vencidos caluniados
Na História contundente...
Porque Antônio Vicente
Ou Antônio Conselheiro
Era na Comunidade:
Santo, mito, guerrilheiro:
Foi de Quixeramobim
Acender o estopim
Na bomba do formigueiro
Do nordeste brasileiro,
Que explodiu em Canudos
Na combustão da miséria,
Nos corpos semidesnudos,
Quando balas de canhão
Trituravam no sertão
Esqueletos cabeludos...
SANTA HELENA, Raimundo, Guerra de Canudos, Rio de Janeiro: 1981, livreto 1557. Disponível em: <http://docvirt.com/docreader.net/docReader.aspx?bib-cordelfcrb&pagfis-39753>. Acesso em: 12 fev. 2019.
Sobre a Guerra de Canudos, é incorreto afirmar:
A Guerra de Canudos é tida como um dos principais conflitos que marcam o período entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no Brasil.
A Guerra leva esse nome por ter sido travada no Arraial de Canudos, no sertão da Bahia – uma comunidade autônoma então liderada pelo religioso Antônio Conselheiro.
A guerra de Canudos, inicialmente, expôs a realidade de um Brasil de muitas faces e de um Estado republicano recém-instalado, encarado por milhares de religiosos sertanejos como a encarnação do “anticristo”, entre outras coisas.
Revolta ou Guerra de Canudos expressou basicamente a falta de terras, a miséria e o abandono das populações rurais do interior do país, tendo forte caráter messiânico. Essa situação foi o resultado do processo colonizatório sustentado no latifúndio e na oligarquia.
A Guerra de Canudos serviu para mostrar que, apesar de marginalizadas, as populações do sertão nordestino do final do século XIX aceitavam a situação de injustiça social que grassava na região. Embora derrotado, este movimento ficou conhecido, na História do Brasil, como um marco de luta e resistência social.