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O ano de 1968 é quase sempre visto como o clímax da contestação ao regime. No entanto, por meio de pesquisas em arquivos de vendagens de discos, constatei que grande parte dos compradores passava ao largo do debate “principal” daquele ano: tropicalistas x música de protesto. Segundo os arquivos do Ibope, Roberto Carlos continuava como rei inconteste dos brasileiros. Seu disco do ano (O inimitável) fora o mais vendido. O intérprete Agnaldo Timóteo teve a segunda maior vendagem de LPs e compactos de 1968. Um dos discos conceituais da música brasileira, Tropicália ou panis et circenses (1968), não aparece nem na lista dos 20 mais vendidos daquele ano. Aliás, 1968 parece ter sido o ano de Roberto Carlos, Paulo Sérgio e Agnaldo Timóteo, se nos limitarmos ao arquivo de vendagem de discos.
Gustavo Alves Alonso Ferreira, citado por HERMETO, Miriam. Canção popular brasileira e ensino de História. Palavras, sons e tantos sentidos. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. p. 121-2.
A partir desse texto e de outros conhecimentos sobre o papel exercido pela música na crítica aos governos militares em 1968, assinale a alternativa CORRETA.
A música que apresentava críticas políticas, culturais, sociais ou econômicas, registrava índices de vendagem baixos em relação à música romântica ou mesmo brega.
O cantor Roberto Carlos alcançava os maiores índices de vendagem porque era conhecido de todos e pelos estreitos vínculos artísticos e de amizade que tinha com Caetano Veloso.
O Ibope manipulava as pesquisas sobre a vendagem de discos, dando a entender que a população ouvia mais as músicas românticas do que as tropicalistas ou mesmo aquelas de protesto.
O movimento tropicalista, liderado por músicos como Caetano Veloso e Gilberto Gil, fazia da crítica política o seu exercício preponderante.