Leia este fragmento do poema Marabá, de Gonçalves Dias.
Eu vivo sozinha; ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupá?
Se algum dentre os homens de mim não se esconde,
— Tu és, me responde,
— Tu és Marabá!
— Meus olhos são garços, são cor das safiras,
— Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
— Imitam as nuvens de um céu anilado,
— As cores imitam das vagas do mar!
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
"Teus olhos são garços,
Responde anojado; "mas és Marabá:
"Quero antes uns olhos bem pretos, luzentes,
"Uns olhos fulgentes,
"Bem pretos, retintos, não cor d'anajá!"
Disponível em: https://www.escritas.org/pt/t/13053/maraba. Acesso em: 18/3/20. Acesso em: 25 mar. 2020 (adaptado).
Os versos de Gonçalves Dias, pertencentes à vertente indianista, abordam o sentimento amoroso do indígena.
A voz sentimental do eu lírico evidencia
a revolta e o ódio dos indígenas em relação à mulher europeia.
a melancolia e a solidão por ser rejeitado pelos seus irmãos indígenas.
a profunda tristeza e o desejo de morte por parte da indígena infiel.
a dúvida existencial e a certeza de uma grande felicidade futura.
a paz e a tranquilidade por não ser molestada pelo colonizador.