Leia com atenção o trecho retirado do romance “A moreninha”, de Joaquim Manoel de Macedo.
“Nessa noite fui para o superior; eu ia entabular um namoro romântico, e não podia ser de outro modo. Para ser tudo à romântica, consegui entrar antes de todos; fui o primeiro a sentar-me; ainda o lustre monstro não estava aceso; vi-o descer e subir depois, brilhante de luzes; vi se irem enchendo os camarotes; finalmente eu, que tinha estado no vácuo, achei-me no mundo: o teatro estava cheio. Consultei com meus botões como devia principiar e concluí que para portar-me romanticamente deveria namorar alguma moça que estivesse na quarta ordem. Levantei os olhos, vi uma que olhava para o meu lado, e então pensei comigo mesmo: seja aquela!... Não sei se é bonita ou feia, mas que importa? Um romântico não cura dessas futilidades. Tirei, pois, da casaca o meu lenço branco, para fingir que enxugava o suor, abanar-me e enfim fazer todas essas macaquices que eu ainda ignorava que estavam condenadas pelo romantismo. Porém, ó infortúnio!... quando de novo olhei para o camarote, a moça se tinha voltado completamente para a tribuna; tossi, tomei tabaco, assoei-me, espirrei e a pequena... nem caso; parecia que o negócio com ela não era. Começou a ouverture... nada; levantou-se o pano, ela voltou os olhos para a cena, sem olhar para o meu lado”.
Disponível em: <bjdigital.bn.br/Acervo_Digital/Livros_eletronicos/a_moreninha.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2017.
No trecho, lemos várias vezes as palavras “romântico”, “romantismo” e “romanticamente”. Sobre os termos usados e a leitura da obra na íntegra, pode-se concluir que
os termos expressam a escola literária a que se filia o romance “A moreninha”.
os termos evidenciam uma ironia do autor em relação ao estado apaixonado do personagem.
os termos fazem alusão a uma atitude enamorada, dedicada e apaixonada.
os termos propagam a nova forma de escrita que nasce na França e faz escola no Brasil.