Leia atentamente o trecho a seguir, que é um fragmento do pensamento de Francis Bacon a respeito do processo de conhecimento e da relação entre conhecimento contemplativo e conhecimento prático:
“Efetivamente construímos no intelecto humano um modelo verdadeiro do mundo, tal qual foi descoberto e não segundo o capricho da razão de fulano ou beltrano. Porém, isso não é possível levar a efeito, sem uma prévia e diligentíssima dissecção e anatomia do mundo. Por isso, decidimos correr com todas essas imagens ineptas e simiescas que a fantasia humana infundiu nos vários sistemas filosóficos. Saibam os homens como já antes dissemos a imensa distância que separa os ídolos da mente humana das ideias da mente divina. Aqueles, de fato, nada mais são que abstrações arbitrárias; estas, ao contrário, são as verdadeiras marcas do Criador sobre as criaturas, gravadas e determinadas sobre a matéria, através de linhas exatas e delicadas. Por conseguinte, as coisas em si mesmas, neste gênero, são verdade e utilidade, e as obras devem ser estimadas mais como garantia da verdade que pelas comodidades que propiciam à vida humana”.
BACON, Francis. Novum Organum ou Verdadeiras Indicações Acerca da Interpretação da Natureza. Domínio público (http://br.egroups.com/group/acropolis/)
Levando em consideração o trecho acima e o pensamento de Francis Bacon, é correto afirmar que
a concepção baconiana de mundo está ligada à corrente racionalista que associa a ideia divina revelada ao processo de descoberta da verdade.
Bacon defendia um modo de pensar mais atento às coisas, imune aos ídolos construídos pela mente humana quando destituída de um método de abordagem do real.
Francis Bacon defendia um empirismo de caráter essencialmente contemplativo com submissão parcial da experiência ao pensar especulativo.
a filosofia de Francis Bacon reafirmou a importância da metafísica aristotélica como ponto máximo do conhecimento puramente contemplador da verdade.