Leia atentamente o texto a seguir.
O Tupi que você fala (Cláudio Fragata)
Aposto que você saber falar Tupi e eu
provo aqui.
Você entende quando dizem guri,
jabuticaba ou jabuti?
Sabe que bicho é quando falam sagui,
tamanduá ou siri?
E sucuri, jacaré, capivara, arara, urubu,
tucano, paca ou tatu?
Sabe que fruta é quando se falam caju,
guaraná, pitanga ou maracujá?
Sabe o significado da palavra abacaxi?
Então, tudo isso é tupi?
Também é tupi: samambaia, sabiá e
paçoca.
E piranha, taquara, perereca, taturana e
peteca.
Você entende quando fala pororoca ou
faz cara de boboca?
Se falam saci, você sente um arrepio e
escuta um assobio?
Viu como entende tudo sim senhor sem
precisar de tradutor?
Você já falava tupi e não percebia,
mesmo falando todo dia.
Comendo pipoca ou amendoim, você é
um pouco curumim.
(Fonte: FRAGATA, Caludio. O tupi que você fala. Projeto Leia para uma criança São Paulo: Globo Livros, 2018)
A proposta do texto, associada aos saberes referentes à história brasileira e indígena, é:
apresentar o vocabulário tupi como uma língua nativa que deve ser preservada como um patrimônio cultural brasileiro.
resgatar os valores do idioma tupi, comum a todos os índios brasileiros, e que é um elemento de identificação dos povos nativos da América do Sul.
mostrar a influência da língua portuguesa na formação do idioma tupi, que foi codificado pelo padre José de Anchieta no momento de integração dos povos nativos no convívio com os colonizadores portugueses na América.
demonstrar a ausência de variações de fonemas nas línguas indígenas como um fator que, durante muitos anos, levou os portugueses a acreditar na inferioridade cultural dos povos nativos, erro que só foi reparado nas últimas décadas pelas gerações do presente
identificar a influência da língua tupi na formação do vocabulário da língua portuguesa falada no Brasil, fato que é representativo como legado indígena na formação da sociedade brasileira.