Leia as estrofes finais do poema “A máquina do mundo”, do livro Claro enigma.
(...) baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.
A treva mais estrita já pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,
se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,
seguia vagaroso, de mãos pensas.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Nova reunião: 19 livros de poesia. Rio de Janeiro: J. Olympio; Brasília: INL, 1983, p. 302.
Com base nesse fragmento e no poema inteiro, considere as seguintes afirmações.
I. Nesse poema, Drummond dialoga com Camões e Dante, tanto na forma quanto no tema.
II. Em Claro enigma, Carlos Drummond rompe com a estética modernista, como exemplifica esse poema, que vai recuperar o ritmo clássico do verso decassílabo.
III. Ao contrário de Vasco da Gama, o herói de Os lusíadas, o eu lírico desse poema se recusa a contemplar o conteúdo da máquina do mundo.
As afirmações I, II e III são respectivamente
V, V, F.
V, F, V.
V, V, V.
F, V, V.
F, V, F.