Leia a notícia jornalística a seguir, sobre a destruição do Museu Nacional e o impacto dessa tragédia sobre o conhecimento do nosso passado.
'Perdemos o maior símbolo da Pré-História nacional', diz 'pai' de Luzia. Segundo o arqueólogo Walter Neves, incêndio do Museu Nacional foi crime contra a humanidade. Luzia era o fóssil humano mais antigo da América do Sul
“O ano de 2018 deveria ser de dupla comemoração. Além dos 200 anos do Museu Nacional, comemoravam-se as duas décadas passadas desde que Neves e o arqueólogo André Prous publicaram as análises que fizeram do crânio de Lagoa Santa.
O trabalho representou uma revolução na maneira como se pensava o povoamento das Américas: as medidas do crânio mostraram que Luzia e seus contemporâneos — o povo de Lagoa Santa — tinha traços negroides, semelhantes aos de populações originárias da África e Austrália. Luzia, morta há mais de 11 mil anos, contrariava a teoria então mais aceita, de que as Américas teriam sido ocupadas por viajantes vindos da Ásia. Neves propôs que o povo de Luzia fazia parte de uma leva de viajantes mais antiga. Que chegara primeiro à América do Sul, e desaparecera.
O trabalho tornou Luzia famosa. Frágil, o crânio ocupava uma gaveta almofadada num armário de metal no Museu Nacional. Em dificuldades financeiras, a instituição não tinha condições de garantir que se manteria íntegra, caso fosse posta em exposição. A decisão contrariava os desejos de Neves. Para ele, Luzia se tornara o grande símbolo da pré-história brasileira:
— Antes de Luzia, a gente não tinha um ícone da pré-história brasileira. Se você vai para a França, todas as crianças sentem orgulho do homem de cromagnon (o primeiro europeu). E todas as crianças alemãs sabem que o homem de Neandertal foi descoberto na Alemanha. Já no Brasil, nós não tínhamos um símbolo. E esses ícones facilitam muito a relação entre o cientista e o público em geral — disse ele ao Globo em abril.”
(disponível em https://oglobo.globo.com/rio/perdemosmaior-simbolo-da-pre-historia-nacional-diz-pai-de-luzia23039362#ixzz5SLRvg4BJ. Acessado em 27/9/2018).
Sobre a origem dos seres humanos, considere as seguintes afirmações:
I. Embora hoje exista somente uma espécie do gênero Homo vivendo na Terra, em épocas anteriores diferentes espécies desse gênero parecem ter convivido simultaneamente, como o Homo habilis e o Homo erectus.
II. O registro fóssil pode oferecer muitas informações sobre a vida de antigos humanos: a forma das mandíbulas e dos dentes pode indicar se a dieta era composta de alimentos mais ou menos duros, os ossos podem mostrar se havia problemas como anemia e outras carências alimentares e doenças.
III.O Homo erectus alcançou a Ásia e a Europa em suas migrações, mas apenas o Homo sapiens parece ter alcançado o continente americano.
IV. Os primeiros grupos do gênero Homo, há dois milhões de anos, já eram sedentários e praticavam a agricultura.
São verdadeiras, apenas, as afirmativas:
II e III.
I, II e IV.
II, III e IV.
I e II.
I, II e III.
Afirmativa I: Hoje há apenas Homo sapiens, mas registros mostram sobreposição temporal de outras espécies do gênero Homo (H. habilis, H. erectus, H. neanderthalensis etc.). Está correta.
Afirmativa II: A Paleontologia humana usa características de ossos/dentes para inferir dieta, saúde e doenças (ex.: porosidades indicando anemia). Está correta.
Afirmativa III: Evidências indicam que H. erectus expandiu-se para África, Ásia e Europa, mas não chegou às Américas; este continente só foi ocupado muito depois por H. sapiens. Está correta.
Afirmativa IV: Há 2 milhões de anos os primeiros Homo eram caçadores-coletores nômades. Agricultura e sedentarismo surgem apenas há ≈10 000 anos com H. sapiens. Está incorreta.
Logo, apenas I, II e III são verdadeiras. A alternativa correta é E.