Leia a estrofe a seguir.
Pode o pato não nadar
Pode o leão ser mofino
Pode o gato não miar
A galinha criar dente
Gente vai virar serpente
Mas Getúlio vai voltar.
LESSA, O. Getúlio na literatura de cordel. In: DORATIOTO, F.; DANTAS FILHO, J. De Getúlio a Getúlio: o Brasil de Dutra a Vargas - 1945 a 1954. São Paulo: Atual, 1991.
A estrofe acima faz referência à campanha eleitoral de 1950.
A respeito desse momento histórico, é CORRETO afirmar que
afinado em um discurso nacionalista com relação ao desenvolvimento industrial, o programa político de Getúlio Vargas apresentava uma contradição na campanha presidencial de 1950 ao defender uma concepção menos centralizadora de Estado.
em virtude das condições em que se deu o fim do primeiro governo Vargas em 1945, a campanha presidencial de 1950 não teve condições de utilizar feitos passados em sua composição. Assim, o trabalhismo varguista não constituiu um elemento essencial na elaboração da campanha que levou Vargas novamente à presidência da República.
apesar da oposição da imprensa, as bases do getulismo estavam quase intactas em 1950. A única perda de apoio massiva que ocorreu fora a dos militares, que, descontentes com a política de controle estatal do petróleo, abandonaram as bases do governo Vargas logo depois da Revolução de 1930.
em contraponto ao governo Dutra, que terminava em 1950 com uma política de incentivo à importação de bens de consumo, Getúlio Vargas prometia a seus eleitores a valorização da indústria nacional, porém sem o controle estatal sobre as importações.
a fim de garantir a vitória eleitoral em 1950, Vargas realizou uma série de promessas de campanha a diferentes setores da sociedade. Do cumprimento dessas promessas dependia a governabilidade, o que acabava comprometendo toda a eficiência administrativa do novo governo varguista.