“[...] Lá se vão pelo tempo adentro
esses homens desgrenhados:
duro vestido de couro
enfrenta espinhos e galhos;
em sua cara curtida
não pousa vespa ou moscardo,
comem larvas, passarinhos,
palmitos e papagaios;
sua fome verdadeira
é de rios muito largos,
com franjas de prata e ouro,
de esmeraldas e topázios. [...]”
MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. 1983.
Sobre as expedições conhecidas como entradas e bandeiras, descritas no poema de Cecília Meireles e estimuladas pela Coroa portuguesa na segunda metade do século XVII, é CORRETO afirmar que
sempre que uma entrada ou uma bandeira se encaminhava para o sertão, ainda que seu objetivo imediato fosse a busca por metais e pedras preciosas, também havia apresamento de índios.
entradas e bandeiras eram expedições pelo interior do Brasil organizadas exclusivamente pela Coroa portuguesa com objetivos comuns para explorar o território à procura de minas.
enquanto as bandeiras, financiadas pela Coroa portuguesa, buscavam metais e pedras preciosas, as entradas, organizadas por particulares, dedicavam-se ao apresamento de índios.
entre as entradas e bandeiras e as missões jesuítas havia acordos de não agressão e trabalho em conjunto, para o apresamento de índios, que determinaram a consolidação da paz.
as entradas e bandeiras surgiram para sanar as precárias condições da capitania de São Vicente, com o desenvolvimento do comércio e, posteriormente, com a busca de metais.