Jussara Hoffmann, em Avaliação na Pré-Escola, conceber o avaliar implica em conceber a criança que se avalia, pois essa não é uma prática neutra ou descontextualizada como procura se caracterizar a avaliação no ensino regular, em que os professores determinam sentenças sobre os alunos sem perceber o seu alienável compromisso com os julgamentos proferidos. Segundo a autora,
essa é a postura avaliativa tradicional do ensino regular que classifica os alunos ao final de períodos, em aprovados e reprovados, oposta a um significado de comprometimento do professor para melhoria do seu aprendizado, do comprometimento do professor com seu repensar pedagógico.
o modelo de avaliação classificatória não se faz presente nas instituições de educação infantil quando, para elas, avaliar é registrar ao final de um semestre (periodicidade mais frequente na pré-escola) os “comportamentos que a criança apresentou”, utilizando-se, para isso, de listagens sem variação de comportamentos a serem classificados a partir de escalas comparativas, tais como: satisfatório, parcialmente satisfatório, insatisfatório.
a prática usual, em Educação Infantil, não revela o preenchimento dos instrumentos de avaliação ao final de longos períodos (semestres, por exemplo), com listagens de aspectos uniformes sobre crianças em idades diversas, terminologias vagas e imprecisas ou referindo-se a atividades e áreas do desenvolvimento da criança que não foram trabalhadas pelo professor.
a Educação Infantil não passa por esse processo, desse modelo seletivo, absorvendo práticas do regime seriado do ensino regular.