José de Alencar, um dos mais importantes ficcionistas brasileiros do século XIX, escreveu romances históricos, regionais, urbanos e indianistas. Leia o fragmento do romance O Guarani, de José de Alencar.
Caía a tarde.
No pequeno jardim da casa do Paquequer, uma linda moça se embalançava indolentemente numa rede de palha presa
aos ramos de uma acácia silvestre [...].
Os grandes olhos azuis, meio cerrados, às vezes se abriam languidamente como para se embeberem de luz [...].
Os lábios vermelhos e úmidos pareciam uma flor da gardênia dos nossos campos, orvalhada pelo sereno da noite [...].
Os longos cabelos louros, enrolados negligentemente em ricas tranças, descobriam a fronte alva, e caíam em volta do
pescoço presos por uma rendinha finíssima de fios de palha cor de ouro. [...]
Esta moça era Cecília.
(ALENCAR, José de. O guarani. 25. ed. São Paulo: Ática, 2001. p. 32.)
Em relação à obra O Guarani, ou ao fragmento acima descrito, assinale a alternativa correta.
Neste trecho, a descrição de Cecília revela um ideal de beleza típico da sociedade do Brasil colonial.
A visão de mundo realista está posta no retrato harmonioso entre a beleza da jovem e a beleza da natureza brasileira.
No romance, um dos triângulos amorosos é formado por Cecília, Loredano e Isabel.
No fragmento, a languidez dos olhos de Cecília sugere um certo erotismo, desvinculando a obra do movimento romântico.
Na obra, além da idealização da mulher, há elementos da idealização do índio, personificado na figura de Peri.