(...)
Já o verme, este operário das ruínas,
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
Psicologia de um Vencido, Augusto dos Anjos
Como Baudelaire, Augusto dos Anjos canta a miséria da carne em putrefação. Para o poeta do Eu, as forças da matéria, que pulsam em todos os seres e em particular no homem, conduzem ao mal e
ao nada, por meio de uma destruição implacável.
à morte, por meio da paz espiritual e da harmonia existencial.
a um estado de sublimação espiritual e de sonho.
à busca do resgate do bem pela presença de Deus.
a uma postura de engajamento político e social.