INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o poema “Só”, de Olavo Bilac.
Este, que um deus cruel arremessou à vida,
Marcando-o com o sinal da sua maldição,
– Este desabrochou como a erva má, nascida
Apenas para aos pés ser calcada no chão.
De motejo em motejo arrasta a alma ferida...
Sem constância no amor, dentro do coração
Sente, crespa, crescer a selva retorcida
Dos pensamentos maus, filhos da solidão.
Longos dias sem sol! noites de eterno luto!
Alma cega, perdida à toa no caminho!
Roto casco de nau, desprezado no mar!
E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;
E, homem, há de morrer como viveu: sozinho!
Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!
Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao poema e seu contexto, EXCETO:
Olavo Bilac, poeta pertencente à escola parnasiana, é também autor de Via-Láctea.
Este ser cantado no poema é um fracassado em todas as suas escolhas, seja no amor, seja na profissão, como homem do mar.
A solidão do homem cantado no poema é causadora de uma certa perturbação psicológica.
Em tempos distintos, há comparações entre o homem cantado no poema e a natureza: o recémnascido como erva daninha e o adulto maduro como árvore infrutífera.
“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”. Essa sentença, que encerra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, poderia ser aplicada ao homem cantado no poema.