“Impôs-se à Alemanha uma paz punitiva, justificada pelo argumento que o Estado era o único responsável pela guerra e todas as suas consequências (a cláusula da ‘culpa da guerra’), para mantê-la permanentemente enfraquecida. (...) Não é necessário entrar em detalhes da história do entreguerras para ver que o acordo de Versalhes não podia ser a base de uma paz estável. (...) Qualquer pequena chance que tivesse a paz foi torpedeada pela recusa das potências vitoriosas a reintegrar as vencidas. (...) Talvez a guerra seguinte pudesse ser evitada, ou pelo menos adiada, se se houvesse restaurado a economia pré-guerra como um sistema global de prósperos crescimento e expansão econômicos.”
HOBSBAWM, E. J. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. pp. 41-43. Adaptado.
O Tratado de Versalhes impôs à Alemanha, derrotada na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), a responsabilidade pelo conflito. Para se evitar outra guerra mundial, buscava-se enfraquecer a Alemanha.
Entre as medidas para enfraquecer a Alemanha estavam:
concessão de colônias no ultramar, na Ásia e na África, com o objetivo de aumentar as despesas econômicas do país e assim enfraquecê-lo.
financiamento da recuperação econômica da União Soviética para criar um rival para o país e assim expandir as suas despesas militares.
limitação do exército a 100 mil integrantes, imposição de reparações de guerra, ocupação militar de parte do território e perda das colônias ultramar.
imposição de uma contribuição econômica ao país para financiar a criação e funcionamento da Liga das Nações, para solucionar pacificamente os conflitos internacionais.
integração econômica entre o país e as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial, com tratados de livre comércio e transferência de tecnologia.