Importuna Razão, não me persigas
Importuna Razão, não me persigas;
Cesse a ríspida voz que em vão murmura,
Se a lei de Amor, se a força da ternura,
Nem domas, nem contrastas, nem mitigas.
Se acusas os mortais, e os não obrigas,
Se, conhecendo o mal, não dás a cura,
Deixa-me apreciar minha loucura;
Importuna Razão, não me persigas.
É teu fim, teu projeto encher de pejo
Esta alma, frágil vítima daquela
Que, injusta e vária, noutros laços vejo.
Queres que fuja de Marília bela,
Que a maldiga, a desdenhe; e o meu desejo
É carpir, delirar, morrer por ela.
(Poesia Arcádica, 1985.)
Assinale a alternativa em que os termos em destaque no verso do poema pertencem a diferentes classes de palavras.
Se, conhecendo o mal, não dás a cura,
Se acusas os mortais, e os não obrigas,
Deixa-me apreciar minha loucura;
Esta alma, frágil vítima daquela
Cesse a ríspida voz que em vão murmura,