Hino à Razão
Antero de Quental
Razão, irmã do Amor e da Justiça,
Mais uma vez escuta a minha prece.
É a voz dum coração que te apetece,
Duma alma livre só a ti submissa.
Por ti é que a poeira movediça
De astros, sóis e mundos permanece;
E é por ti que a virtude prevalece,
E a flor do heroísmo medra e viça.
Por ti, na arena trágica, as nações
buscam a liberdade entre clarões;
e os que olham o futuro e cismam, mudos,
Por ti podem sofrer e não se abatem,
Mãe de filhos robustos que combatem
Tendo o teu nome escrito em seus escudos!
Sobre a análise do texto, seguem as afirmativas:
I. Há uma preocupação estética por parte do autor, que compõe o texto em forma de soneto, com
versos decassílabos.
II. O eu-lírico enaltece a razão, creditando a ela a manutenção da virtude e a força dos homens.
III. O eu-lírico expressa seu descontentamento com as estruturas sociais.
IV. A religiosidade presente no poema recupera o misticismo romântico.
Está correto apenas o que se afirma em:
III e IV
I, II e III
II, III e IV
II e IV
I e II