Gosto de terra no peixe não significa que ele está estragado
É uma sensação comum: na primeira mordida, a gente sente um gosto estranho no pescado de ambientes dulcícolas. Alguns associam a gosto de terra, outros acham mais parecido com mofo. O que provoca essa sensação ruim no paladar, também acompanhada de um odor característico, são duas substâncias produzidas por microalgas e cianobactérias presentes na água: a geosmina e o metilisoborneol (MIB). “Elas não são tóxicas, mas sua presença é desagradável, pois ambas alteram o gosto e o cheiro da água. Além de representarem um problema para a água, também afetam os peixes, que acumulam essas substâncias e ficam com gosto de terra. A geosmina e o MIB são um problema para o criador, mas não para o consumidor”, resume o professor Ernani Pinto Júnior, pesquisador do Centro de Pesquisa em Alimentos. Segundo ele, o olfato humano e as nossas papilas gustativas conseguem percebê-las mesmo numa escala de parte por bilhão.
https://alimentossemmitos.com.br/gosto-de-terra-nopeixe-nao-significa-que-ele-esta-estragado (adaptado)
Inter-relacionando o assunto abordado no texto e os princípios biológicos, é correto afirmar que
somente as cianobactérias de água doce são capazes de produzir e liberar hepatotoxinas e neurotoxinas que bioacumulam no pescado.
as citadas substâncias são percebidas por órgãos sensoriais humanos devido à presença de células sensoriais específicas, os exteroceptores.
temperaturas elevadas, reduzida concentração de N2 e disponibilidade de luz causam a reprodução exacerbada dos então microrganismos, fenômeno conhecido por floração.
como o número de botões gustatórios se mantém invariável ao longo da vida, não há diferença na percepção do gosto de terra entre adultos e idosos.
tanto a geosmina como o MIB são sintetizados pelos mencionados indivíduos eucariontes fitoplanctônicos e fotoautotróficos, dotados de clorofila “a” e “c”.