Getúlio libertou o povo, e são 8 horas de trabalho e só. Não tinha que trabalhar dia e noite mais não. Getúlio é que fez as leis. A princesa Isabel assinou a libertação, mas quem nos libertou do jugo da escravatura, do chicote, do tronco, foi Getúlio, Getúlio Dorneles Vargas. Papai falava assim: “Meu filho. Nunca houve um modo de governo igual a esse, meu filho”.
Relato de Cornélio Cancino, 82 anos, descendente de ex-escravos, Juiz de Fora (MG), 9 maio 1995. In: MATTOS, H.; RIOS, A. L. (Org.). Memórias do cativeiro: família, trabalho e cidadania no pós-Abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005 (adaptado)
A construção da memória apresentada no texto remete ao seguinte aspecto da referida experiência política:
Fortalecimento da ideologia oficial, limitada à dimensão da escola.
Legitimação de coligações partidárias, vinculadas à utilização do rádio.
Estabelecimento de direitos sociais, associados à propaganda do Estado.
Enaltecimento do sentimento pátrio, ligado à consolidação da democracia.
Desenvolvimento de serviços públicos, submetidos à direção dos coronéis.
Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.