Funai deve retomar estudos sobre demarcação de terras indígenas em MS
“A Fundação Nacional do Índio (Funai) deve retomar, em agosto, os estudos para a demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. Preocupados, os agricultores estão se organizando para evitar a perda das propriedades. Cinco equipes farão as vistorias nas áreas rurais e aldeias no sul do estado. Os grupos são formados por antropólogos, ambientalistas e historiadores. Os produtores dos municípios envolvidos já começam a se mobilizar. Em uma reunião em Dourados, eles discutiram que medidas podem ser tomadas para que haja um acordo entre ruralistas, índios e Funai, para evitar conflitos”.
Disponível em: http://www.noticias.ambientebrasil.com.br. Acesso em: 30/10/2009.
“De acordo com Egon Heck (Coordenador do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) do Mato Grosso do Sul) ‘Os estudos são fundamentais para que se possa solucionar, de uma vez por todas, a questão fundiária no MS. Portanto, como tal, eles são benéficos para todos os setores envolvidos, para todo o setor agrário do MS, sejam eles do agronegócio ou de qualquer outro interesse que seja estabelecido, pois a não definição das terras indígenas implica também a não definição de uma série de possibilidades de ações no campo’.”
Disponível em: <http://www.ecodebate.com.br> Acesso em: 30/10/2009.
A partir das informações obtidas nos textos e de uma base conceitual que leva em consideração a “terra mercadoria”, “terra para trabalho” e “terra sagrada”, nota-se que
os agricultores de Mato Grosso do Sul concebem a terra como mercadoria, ou seja, passível de compra e de venda, e entendem, também, como tal a produção agropecuária.
os indígenas concebem a terra apenas como lugar para descanso e lazer, pois a caça e a pesca são suas atividades primordiais em Mato Grosso do Sul.
os pequenos agricultores camponeses encontramse encurralados, pois concebem a terra como sagrada, por conta de que aí enterraram seus antepassados e somente sobrevivem praticando agricultura de subsistência, e concebem a terra para trabalho.
assim como ocorreu em Roraima, na Reserva Raposa Serra do Sol, não haverá resistência por parte dos fazendeiros em Mato Grosso do Sul, pois compreendem que os indígenas têm direito sobre a terra sagrada.
as reivindicações dos indígenas, da FUNAI e do CIMI já não fazem mais sentido, devido a terra já não ser mais importante para os indígenas que foram plenamente integrados à cultura não-índia, desenvolvem somente atividades assalariadas tipicamente urbanas em Mato Grosso do Sul e concebem a terra como mercadoria.