Frida Kahlo, a mais importante pintora mexicana do século XX viveu, entre 1907 e 1954, uma existência breve, mas intensa. Sua notoriedade extravasou da pintura também para sua vida pessoal, marcada por um forte ideário político. Símbolo do feminismo e da liberdade, ela militou no partido comunista mexicano e trouxe para suas telas muitos elementos das culturas pré-hispânicas da Mesoamérica.
MARIUZZO, P. Ciência e Cultura, vol.59, no.4, São Paulo, 2007. Adaptado.
Na tela acima, o corpo de Frida Kahlo divide a imagem em duas metades, e há um forte paralelismo entre os elementos presentes que as compõem.
Pode-se afirmar que o quadro retrata
a oposição entre a colonização inglesa da América, unicamente baseada na industrialização e a permanência da cultura agrária no México contemporâneo como principal atividade econômica.
o fim do império asteca, no qual o culto e a terra possuíam significados ritualísticos que foram abandonados no México moderno e substituídos pela cultura norte-americana.
a diversidade entre o México pré-hispânico, onde os astecas tinham uma ligação ritual com o solo e o trabalho, e os Estados Unidos moderno, representado pelas fábricas.
uma interpretação da história mexicana marcada pela atuação dos ricos e poderosos, com imagens de índios oprimidos e explorados pela sociedade capitalista norte-americana.
um povo que esquecera a grandeza de sua cultura pré-colombiana após tantos séculos de opressão estrangeira e de espoliação por parte das oligarquias nacionais e estrangeiras.