“Francisco I da França, ao questionar o famoso acordo, deixou frase lapidar: ‘Gostaria de ver a cláusula do testamento de Adão que dividiu o mundo entre Portugal e Espanha e me excluiu da partilha’.”
SCHWARCZ, Lilia M. & STARLING, Heloisa M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia. das Letras, 2015. p. 30.
O acordo em questão era o Tratado de Tordesilhas. No trecho, o rei da França deixava transparecer:
Considerando a sua exclusão do testamento de Adão, o rei não se sentia contemplado pela Igreja Católica, por isso apoiaria o movimento reformista em seu país.
Pretendia encaminhar uma petição ao Papa Alexandre VI a fim de ver seu país, que também era católico, incluído na partilha da herança de Adão.
Rejeitava a autoridade papal na definição de conflitos territoriais e exigia nova discussão mediada por uma nação neutra na disputa.
Seu país não respeitaria os termos do Tratado, o que se verificou em constantes invasões de seus súditos aos territórios portugueses na América.