Foram muitas as anotações feitas pelos “conquistadores” das Américas, durante os séculos XVI e XVII, para provar que os índios eram inferiores, entre outras, Galeano (1999, 63) destacou:
“Suicidam-se os índios das ilhas do Mar do Caribe?
Porque são vadios e não querem trabalhar.
Andam desnudos, como se o corpo todo fosse a
cara?
Porque são selvagens e não tem pudor
Ignoram o direito de propriedade, tudo
compartilham e não têm ambição de riqueza?
Porque são mais parentes do macaco do que do
homem.
Banham-se com suspeitosa frequência?
Porque se parecem com hereges da seita de Maomé,
que com justiça ardem nas fogueiras da Inquisição.
Acreditam nos sonhos e lhes obedecem as vozes?
Por influência de Satã ou por crassa ignorância.
É livre o homossexualismo? A virgindade não tem
importância alguma?
Porque são promíscuos e vivem na ante- sala do
inferno.
Jamais batem nas crianças e as deixam viver
livremente?
Porque são incapazes de castigar e de ensinar.
Comem quando têm fome e não quando é hora de
comer?
Porque são incapazes de dominar seus instintos.
Adoram a natureza, considerando-a mãe, e
acreditam que ela é sagrada?
Porque são incapazes de ter religião e só podem
professar a idolatria.”
Com base no texto podemos inferir que:
As mais diversas etnias ameríndias, contatadas pelos europeus, haviam desenvolvido princípios comportamentais de acordo com sua cosmogonia e com seus modos de vida.
Os europeus compreenderam, desde o início, que os ameríndios não poderiam ser humanos como eles, pois eram selvagens e canibais.
Os ameríndios tomavam muito banho porque aqui era mais quente que na Europa e eles não haviam desenvolvido perfumes como os franceses.
Os europeus tinham os melhores métodos para educar seus filhos.
Os europeus e os ameríndios, mesmo com suas diferenças, uniram-se para construir o Novo Mundo.