Unioeste 2ª Etapa Tarde 2019

FONTE 1:
Existe muita coisa que não te disseram na escola
Cota não é esmola!
Experimenta nascer preto na favela pra você ver!
O que rola com preto e pobre não aparece na TV
Opressão, humilhação, preconceito
A gente sabe como termina, quando começa desse jeito
Desde pequena fazendo o corre pra ajudar os pais
Cuida de criança, limpa casa, outras coisas mais
Deu meio dia, toma banho vai pra escola a pé
Não tem dinheiro pro busão
Sua mãe usou mais cedo pra poder comprar o pão
E já que tá cansada quer carona no busão
Mas como é preta e pobre, o motorista grita: não!
[...]
O tempo foi passando e ela foi crescendo
Agora lá na rua ela é a preta do sovaco fedorento
Que alisa o cabelo pra se sentir aceita
Mas não adianta nada, todo mundo a rejeita
Agora ela cresceu, quer muito estudar
Termina a escola, a apostila, ainda tem vestibular
E a boca seca, seca, nem um cuspe
Vai pagar a faculdade, porque preto e pobre não vai pra USP
Foi o que disse a professora que ensinava lá na escola
Que todos são iguais e que cota é esmola
Cansada de esmolas e sem o din da faculdade
Ela ainda acorda cedo e limpa três apê no centro da cidade
Experimenta nascer preto, pobre na comunidade
Cê vai ver como são diferentes as oportunidades
E nem venha me dizer que isso é vitimismo
Não bota a culpa em mim pra encobrir o seu racismo!
E nem venha me dizer que isso é vitimismo [...]

FERREIRA, Bia. Cota não é esmola. Disponível em: https://www.letras.mus.br/bia-ferreira/cota-nao-esmola/

FONTE 2:

Os troncos, bacalhaus (chicotes) e outros instrumentos de tortura alimentam as fogueiras, em redor das quais os novos cidadãos entregam-se ao mais delirante batuque.
Charge de Agostini, publicada na “Revista Ilustrada” em maio de 1888 In: http://novo.mgquilombo.com.br/artigos/pesquisas-escolares/abolicao-como-foi-a-libertacao-dos-escravos-em-minha-cidade/ (sem data de postagem). Acesso em: 10 ago. 2018

Preste bastante atenção nas fontes 1 e 2. Na primeira, vemos um trecho de “Cota não é esmola”, música composta por Bia Ferreira e lançada em 2018. Na sequência, uma arte do famoso chargista, Agostini, de maio de 1888, em um contexto marcado pelo processo de abolição jurídica da escravatura (a chamada “Lei Áurea”, de 13 de maio).
A distância temporal entre a data de lançamento da música e de publicação da charge é imensa, cobrindo todo o período, o qual em nosso país se comemora o dia da “libertação” de negros e negras escravizadas. Ocorre, contudo, que tal distância não tem servido historicamente para que esses seres humanos deixem de ser alvos constantes de violência, criminalização e, particularmente, racismo. Pelo contrário, são séculos e séculos de opressão. Neste sentido, pouco (ou quase nada) temos a “comemorar”.

Tendo por referência as duas fontes acima e os problemas históricos que envolvem o tema da “abolição da escravatura” no Brasil, é CORRETO afirmar que

a

a alegria dos negros em roda, representada pela fonte 2, ilustrou perfeitamente a conquista definitiva da tão sonhada libertação, cujos reflexos são sentidos em nosso tempo presente através da eliminação do racismo.

b

o processo histórico, que chamamos de “abolição da escravatura” não pode ser reduzido simplesmente a uma data, a uma personagem ou à promulgação de uma lei jurídica, pois trata-se de uma luta histórica de negros e negras contra quaisquer formas de opressão, tanto no passado como no presente.

c

em “Cota não é esmola” (fonte 1), fica evidenciada na letra da canção uma posição firme e combativa em defesa das comunidades indígenas, como se pode constatar no verso “Experimenta nascer preto, pobre na comunidade / Cê vai ver como são diferentes as oportunidades”.

d

a distância temporal de 130 anos que separa a charge de Agostini (1888) da letra da canção de Bia Ferreira (2018) corresponde a um período histórico marcado por um conjunto expressivo de políticas educacionais voltadas à formação de gerações de jovens sem preconceitos ou discriminações raciais.

e

não há qualquer relação histórica entre as mensagens das fontes 1 e 2, na medida em que cada uma delas fala de um Brasil completamente diferente – ou seja, a alegria dos negros em roda na charge do século XIX em comemoração ao fim do racismo contrasta bastante com a crítica e a rebeldia da canção.

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B
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