Favela
Barracos
montam sentinela
na noite.
Balas de sangue
derretem corpos
no ar.
Becos bêbados
sinuosos labirínticos
velam o tempo escasso
de viver.
Sobre “Favela”, que integra a obra Poemas da recordação e outros movimentos, de Conceição Evaristo, apenas é correto afirmar que:
A violência, embora provoque insegurança nos habitantes da favela, não altera sua rotina nem é motivo de sofrimento para eles.
A forma labiríntica do espaço é, também, uma metáfora dos rumos tortuosos e da falta de saída enfrentados pelos que aí residem.
A expectativa de uma existência longa ameniza as difíceis condições de vida de que dispõem os moradores do lugar.
A pobreza não está entre os problemas que afetam a população da favela focalizada pelo eu lírico.
A ausência de figuras de linguagem em todo o poema simboliza a falta de esperança dos indivíduos que moram nesse espaço.