Eu era Tarzan, você era Jane, e pronto. Não precisávamos saber ou dizer mais nada. Sabíamos quem éramos e o que éramos, para sempre. Eu homem macaco, você minha fêmea. Eu rei da Jângal, você e os negros meus adoradores.
VERISSIMO, Luis Fernando. O melhor das comédias da vida privada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2004. p. 285.
Na crônica “Eu, Tarzan?”, Luis Fernando Veríssimo reapresenta de modo irônico o célebre personagem criado pelo escritor norte-americano Edgar Rice Burroughs, publicado em livro em 1912, mostrando-o em crise de identidade porque descobriu ser
um herói de quadrinhos, livros e cinema e não uma figura real, num exercício de metaficção por parte do autor da crônica.
uma personalidade desconhecida fora das fronteiras de seu reino, não conseguindo salvar a floresta do desmatamento promovido pelos ingleses.
um lorde inglês imperialista e que Jane é uma missionária cristã, perdendo a autoridade sobre os africanos e a amizade dos animais.
uma figura decorativa no contexto do imperialismo inglês da África, não possuindo autoridade real nem mesmo na floresta em que julgava reinar.