Estilo de época corresponde a um conjunto de características de um grupo de escritores pertencentes à mesma circunstância histórica e sociocultural, mantendo-se o respeito às características individuais de cada autor. Assim sendo, o artista, mesmo sob a orientação de um sistema de normas, padrões literários, vistos de maneira genérica, produz a sua criação literária de modo a conferir-lhe características próprias, tendo em vista sua visão de mundo. Dessa forma, o artista torna perceptível sua capacidade de trabalhar a linguagem de forma particularizada e de manifestar-se, segundo escolhas que melhor atendam a sua perspectiva e capacidade de apreensão do mundo.
Considerando-se os comentários feitos sobre cada texto literário transcrito abaixo, identifique a alternativa em que as afirmações sobre os autores citados não estão em consonância com o estilo de época que eles representam
“Quem a primeira vez chegou a ver-vos,
Nise, e logo se pôs a contemplar-vos,
Bem merece morrer por conversar-vos
E não poder viver sem merecer-vos.”
· Gregório de Matos Guerra é poeta do Barroco brasileiro, cuja obra se caracteriza por temas variados:
poesia religiosa, lírico-amorosa e satírica.
“No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
‘Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!...’"
· Castro Alves, pertencente à terceira geração romântica, emprestou o seu gênio criador à causa dos
escravos; daí a sua relação com a poesia de tema social.
“Sabei, amigos Zéfiros, que cedo,
Entre os braços de Nise, entre estas flores,
Furtivas glórias, tácitos favores,
Hei-de enfim possuir: porém segredo!”
· Os árcades produziram poesia de concepção clássica; daí a notória presença de referências à mitologia.
Os versos de Bocage são a confirmação desta prática poética.
“Cabelos brancos! dai-me, enfim, a calma
A esta tortura de homem e de artista:
Desdém pelo que encerra a minha palma,
E ambição pelo mais que não exista;”
· No texto parnasiano, é comum a identificação de elementos de conformação subjetiva, como se observa
nos versos de Bilac transcritos acima.
“Assim eu te amo, assim; mais do que podem
Dizer-te os lábio meus, – mais do que vale
Cantar a voz do trovador cansada:
O que é belo, o que é justo, santo e grande
Amo em tí. – Por tudo quanto sofro,
Por quando já sofri, por quanto ainda
Me resta sofrer, por tudo eu te amo!”
· Gonçalves Dias, ainda que reconhecido como o autor de textos assinalados por motivos de grande
nacionalismo, produziu poemas de expressão lírico-amorosa indiscutível.
Barroco: Linguagem rebuscada, uso intenso de antíteses e paradoxos, dualismo entre o sagrado e o profano. Gregório de Matos, no Brasil, é um dos grandes expoentes.
Romantismo: Pode ser dividido em diferentes gerações. A terceira geração, por exemplo, abrange poetas engajados socialmente, como Castro Alves, que aborda temas abolicionistas e aspectos sociais.
Arcadismo: Retomada dos modelos clássicos, uso de pastores e natureza idealizada; referências a mitologia greco-romana e busca de equilíbrio formal. Bocage, em Portugal, traz frequentemente esses elementos.
Parnasianismo: Busca da forma perfeita, objetividade e impassibilidade, ênfase na arte pela arte. Olavo Bilac é grande representante no Brasil.
Romantismo no Brasil (Gonçalves Dias): Também explorou temáticas lírico-amorosas, não só o nacionalismo, como nos poemas indianistas, marcando grande variedade de produção poética.