Era a visão vermelha que arrastaria a todos, fatalmente, numa dessas noites sangrentas desse fim de século. Sim, uma noite, o povo em torrentes, desenfreado, correria assim pelos caminhos, gotejando o sangue burguês, exibindo cabeças, semeando o ouro dos cofres arrombados. As mulheres gritariam, os homens abririam suas queixadas de lobos, prontos para morderem. [...] Não sobraria nada, as fortunas e os títulos das situações adquiridas desapareceriam, até o dia em que talvez desabrochasse uma nova sociedade. Sim, eram essas coisas que estavam passando pela estrada, como uma força da natureza, e vinha delas o vento terrível que lhes açoitava os rostos.” (ZOLA. In: BRAICK;MOTA, 2010, p. 216).
O trecho de uma obra de Émile Zola refere-se à violenta reação das famílias de mineiros franceses contra as péssimas condições de trabalho, na era da Revolução Industrial.
Como reação dos trabalhadores a situações como essas, surgiram as teorias socialistas, que