UFRN 2011

Entre os teóricos que defenderam o Absolutismo monárquico estava Jacques Bossuet, que declarou:

 

“O trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio Deus. Os reis são deuses e participam de alguma maneira da independência divina. O rei vê de mais longe e de mais alto; deve acreditar-se que ele vê melhor, e deve obedecer-se-lhe sem murmurar, pois o murmúrio é uma disposição para a sedição.” 

Jacques Bossuet, Política tirada da Sagrada Escritura. FREITAS, Gustavo de. 900 textos e documentos de história. Lisboa: Plátano, [1977]. v. 2, p. 201. [Adaptado] 

Analisando os conflitos políticos da Inglaterra no século XVII, o historiador Christopher Hill escreveu:

 

“A partir das vitórias militares sobre os Cavaleiros, [os Cabeças Redondas] conseguiram a rendição do rei em 1646. Entretanto, Carlos I reorganizou seus soldados e recomeçou a guerra, sendo derrotado definitivamente pelos Cabeças Redondas de Cromwell. Preso, Carlos I foi julgado pela Alta Corte de Justiça, a mando do Parlamento, sendo condenado à morte. Em janeiro de 1649, o rei foi decapitado em frente ao palácio de Whitehall, em Londres.”

HILL, Christopher. O eleito de Deus. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 179.

Analisando a afirmação teórica de J. Bossuet e relacionando-a com os fatos narrados por C. Hill, pode-se corretamente afirmar que a execução de Carlos I assinalou

a

um momento decisivo na história europeia, por ter posto em xeque um princípio político central do Estado Moderno e lançado as bases políticas liberais contemporâneas.

b

uma etapa fundamental na evolução do Parlamento inglês, pois, a partir daí, os burgueses tiveram acesso à Câmara dos Comuns.

c

a reação da facção liberal no Parlamento, que, dominada pelos puritanos, defendia o direito divino dos reis.

d

a implantação definitiva da monarquia parlamentar inglesa, pois, daí por diante, a sucessão real seria decidida pelo Parlamento.

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Resposta
A

Resolução

Nesta questão, o trecho de Bossuet exemplifica o princípio do direito divino dos reis, considerado pedra fundamental do absolutismo. Já a execução de Carlos I na Inglaterra, em 1649, mostra o sucesso de uma revolução que desafiou essa concepção, retirando do soberano a condição “sagrada” e julgando-o responsável por seus atos. Com sua morte, interrompe-se a ideia medieval de que o rei não poderia ser responsabilizado ou destituído, pois seria uma figura ungida por Deus. Assim, a resposta correta é a alternativa A, pois reflete o impacto profundo desse evento político na história europeia, rompendo com o princípio da realeza divina e contribuindo para a formação de bases liberais (separação de poderes, soberania popular e limite ao poder do monarca) que inspirariam transformações posteriores.

Dicas

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Reflita sobre a perda da autoridade divina do monarca.
Considere o impacto da morte do rei Carlos I no poder do Parlamento.
Analise como esse evento se conecta à formação de bases de governança liberal.

Erros Comuns

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Acreditar que a execução de Carlos I instituiu de imediato uma monarquia parlamentar e estável na Inglaterra.
Confundir o papel dos puritanos, achando que eles defendiam o direito divino do rei quando, na realidade, eram seus opositores.
Ignorar a relevância histórica do regicídio como marco de transição do absolutismo para formas de governo mais liberais.
Revisão

Absolutismo Monárquico: Regime em que o monarca concentra poderes, justificado pela teoria do direito divino dos reis. Os principais pensadores absolutistas defendiam que o rei recebia seu poder diretamente de Deus e não deveria ser questionado pelos súditos.

Revolução Inglesa (século XVII): Conjunto de conflitos políticos e sociais que culminaram na deposição e execução do rei Carlos I. Liderados pelos puritanos de Oliver Cromwell, os revolucionários ingleses questionaram o absolutismo, instaurando um período republicano e lançando as bases para o liberalismo político.

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