FACISA 2017/1

Embora pareça ser impossível genitores “O” terem filhos A, B ou AB, isso pode acontecer se os pais forem "Falsos O”, tipo sanguíneo presente em uma pequena porcentagem da população, e que tem amparo no efeito de Bombaim. Sobre esse efeito, analise as informações.

I. Para se detectar se uma pessoa é realmente um “Falso O”, é necessário um teste em que se aplica o anticorpo anti-H em uma gota de sangue e que, se houver a aglutinação da amostra, o genótipo recessivo é confirmado.

II. Indivíduos com esse fenótipo podem doar sangue para qualquer membro do sistema ABO, exceto pela incompatibilidade de outro fator sangüíneo, como o Rh, e receber sangue de pessoas do grupo “O”.

III. Os genes IA e IB ficam inoperantes nos indivíduos hh, não sendo formados os antígenos A ou B, nos seus eritrócitos, mesmo que a pessoa tenha os genes IA e/ ou IB, alelos referentes à síntese desses antígenos.

IV. Indivíduos “Falsos O”, sempre identificados como do grupo “O”, através das técnicas tradicionais de determinação dos grupos sanguíneos, são indivíduos IAIA, IAi, IBIB, IBi ou IAIB desprovidos da enzima que transforma a substância precursora em antígeno H.

Estão corretas apenas

a

II e III.

b

I, II e III.

c

I, II e IV.

d

III e IV.

e

I, III e IV.

Ver resposta
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Resposta
D

Resolução

A análise detalhada de cada afirmativa leva ao seguinte:

I. O teste com anticorpo anti-H só confirma o genótipo hh quando não ocorre aglutinação, pois o antígeno H está ausente. Se houver aglutinação, significa presença de H (genótipo H-), logo a pessoa não é Bombaim. Portanto, a assertiva I está errada.

II. Hemácias Bombaim (hh) não possuem A, B nem H, por isso podem ser doadas a qualquer indivíduo do sistema ABO (salvo outros sistemas, como Rh). Entretanto, esses indivíduos produzem anticorpos anti-H e não podem receber sangue do grupo O comum (que possui antígeno H). A segunda parte da frase torna a afirmação errada.

III. Nos indivíduos hh, falta o antígeno H, substrato obrigatório para que as transferases codificadas por IA e IB convertam H em A ou B. Assim, mesmo que possuam IA e/ou IB, os antígenos A e B não se formam. A assertiva está correta.

IV. As técnicas tradicionais (anti-A/anti-B) classificam esses indivíduos como O. Eles podem ter genótipos IAIA, IAi, IBIB, IBi ou IAIB, mas carecem da enzima que converte a substância precursora em H. Portanto, a assertiva está correta.

Corretas apenas: III e IV → Alternativa D.

Dicas

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Lembre que, para Bombaim, o antígeno H não existe.
Sem H, A e B não podem ser formados, mesmo que o gene I esteja presente.
Quem não possui H produz anticorpos anti-H e, por isso, não pode receber sangue O comum.

Erros Comuns

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Achar que o teste com anti-H confirma Bombaim quando há aglutinação.
Supor que sangue O pode ser recebido pelos indivíduos Bombaim.
Ignorar que o termo "Falso O" exclui o genótipo ii.
Revisão
Conceitos-chave
• Sistema ABO: antígenos A e B são “construídos” sobre o antígeno H.
• Gene H/h: H (“FUT1”) produz fucosiltransferase que gera o antígeno H; indivíduos hh (Bombaim) não o produzem.
• Fenótipo Bombaim ("Falso O"): ausência de A, B e H; sorologicamente parece O, mas geneticamente pode possuir IA e/ou IB.
• Sorologia: anti-A e anti-B não aglutinam hemácias Bombaim; anti-H só aglutina se houver H (H-).
• Transfusões: Bombaim só recebe de Bombaim; pode doar a qualquer ABO usual (cuidado com Rh).
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