Embora não haja país em que a medicina seja menos necessária do que em Utopia, essa ciência nunca esteve em maior honra, pois eles incluem seu conhecimento entre as mais belas e úteis áreas da filosofia, uma vez que, quando perscrutam os segredos da natureza com a ajuda da filosofia, parece que não só percebem um admirável prazer, mas também recebem a graça suprema junto ao criador e autor na natureza. Eles pensam que o criador, à maneira dos outros artífices, expôs a máquina do mundo para ser admirada e vista pelo homem, a quem ele fez o único a ser capaz de compreender a dimensão da sua obra.
MORE, Thomas. Utopia. Belo Horizonte: Autêntica, 2017, p.149.
O gênero das narrativas utópicas ganha impulso com a obra Utopia (1516), de Thomas More. De modo geral, obras como A Cidade do Sol (1623), de Tommaso Campanella, A Nova Atlântida (1627), de Francis Bacon e Panorthosia (1657), de Iohannes Comenius, colaboraram na formação de um imaginário científico repleto de elementos racionais e naturalistas. Além disso, o progresso da sociedade é apresentado como atrelado ao das ciências, das artes e do ensino.
Com base nos textos acima e nos conhecimentos acerca das narrativas utópicas dos séculos XVI e XVII, é INCORRETO afirmar que elas...
... refletem o impacto das grandes descobertas técnicas e das viagens de exploração.
... refletem o desejo de inspirar reformas racionais da vida social e política.
... refletem a disposição de ponderar sobre o planejamento das relações humanas em sociedade.
... refletem o interesse nas condições capazes de promover o avanço do conhecimento.
... refletem a falta de imaginação de uma época incapaz de projetar a felicidade no porvir.