“Embora a persistente pobreza de Detroit, e de outras cidades como ela, reflita claramente a angústia urbana, nem toda pobreza urbana é ruim. Podemos facilmente compreender por que um visitante de uma favela de Kolkata possa querer se juntar a Gandhi no questionamento da inteligência de se fazer uma maciça urbanização, mas há vários aspectos que podem ser destacados em termos de pobreza urbana. As cidades não tornam as pessoas pobres; elas atraem pessoas pobres. O fluxo de pessoas menos favorecidas para as cidades (de Rio a Roterdã) demonstra força urbana e não sua fraqueza.”
(Edward L. GLAESER. Os centros urbanos: a maior invenção da humanidade. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. p. 10)
A urbanização continua acelerada em algumas áreas do mundo e é frequente associá-la à pobreza. Tendo em vista a posição do autor sobre esse fato e o exemplo da urbanização brasileira, pode-se afirmar que
as cidades são para as populações das zonas rurais, de vida tradicional, mesmo nos países pobres, espaços de oportunidades de superação da pobreza.
a urbanização muito acelerada, como a que ocorreu no Brasil e como a que ocorre em várias partes do mundo, é uma causa importante de geração de pobreza.
as cidades europeias, na virada do século XIX para o XX, não geraram pobreza, pois a urbanização foi de pequena monta e lenta.
a urbanização concentrada em poucas e grandes cidades, como a brasileira, foi um fator importante de geração de pobreza na segunda metade do século XX.
as cidades não geram a pobreza se mantiverem tamanho moderado, mas quando viram grandes metrópoles, a pobreza cresce, como no caso de São Paulo.