Em seu texto A Crise na Educação, Hannah Arendt afirma que a ideia de novidade e do “novo” para a educação acarreta em uma série de problemas em decorrência da confusão entre o âmbito da educação e o âmbito da política. Conforme escreve Arendt: “O papel desempenhado pela educação em todas as utopias políticas, a partir dos tempos antigos, mostra o quanto parece natural iniciar um novo mundo com aqueles que são por nascimento e por natureza novos. No que toca à política, isso implica obviamente um grave equívoco: ao invés de juntar-se aos seus iguais, assumindo o esforço de persuasão e correndo o risco do fracasso, há a intervenção ditatorial, baseada na absoluta superioridade do adulto, e a tentativa de produzir o novo como um fait accompli, isto é, como se o novo já existisse”
De acordo com os seus conhecimentos sobre o tema e baseando-se no texto mencionado, é CORRETO afirmar que
para Hannah Arendt, o entusiasmo extraordinário pelo que é novo se apresenta como um dos pontos centrais da crise na educação, uma vez que não é ensinado às crianças a ideia de que o mundo, a história e a tradição são anteriores a elas e que é pela compreensão desses elementos que estas podem vir a tornar-se cidadãs bem preparadas
a crise na educação, segundo Hannah Arendt, não tem nenhuma relação e nenhuma consequência para a política, uma vez que o âmbito da educação e o âmbito da política são completamente separados e a formação de uma criança não tem nenhum impacto na formação dos cidadãos
para a filósofa, a ideia de novidade no âmbito da educação é uma grande ilusão, porque as crianças nunca poderão habitar ou criar um mundo novo e sempre estarão inteiramente presas ao passado e ao mundo em que habitam.
segundo pondera Hannah Arendt, a falta de autoridade é um dos pontos centrais da crise na educação, de tal maneira que a ideia do “novo” no âmbito da educação teria como consequência o apagamento de toda hierarquia e produziria uma sociedade anárquica.
conforme Hannah Arendt, o mundo pré-existente não deve ser levado em conta no que diz respeito à educação das crianças, pois, uma vez que as próprias crianças são novas no mundo, não é necessário reproduzir os valores e ensinamentos anteriormente existentes.