Em relação às tendências educacionais em sala de aula, Luckesi (2002) entende que o conjunto das pedagogias pode ser organizado em dois grupos – pedagogia liberal e pedagogia progressista –, tendo em vista a posição que cada tendência pedagógica assume em relação às finalidades sociais da escola. Para esse autor, “A pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com as aptidões individuais, por isso os indivíduos precisam aprender a se adaptar aos valores e às normas vigentes na sociedade de classes através do desenvolvimento da cultura individual. A ênfase no aspecto cultural esconde a realidade das diferenças de classes (...)”. Quanto à pedagogia “progressista”, Luckesi afirma que o termo “progressista” foi tomado de empréstimo de Snyders e é usado para designar as tendências que, partindo de uma análise crítica das realidades sociais, sustentam implicitamente as finalidades sociopolíticas da educação”. Em continuidade, Luckesi afirma que, pelas suas características, a pedagogia progressista não tem como institucionalizar-se em uma sociedade capitalista; daí ser ela
uma pedagogia que leva os indivíduos a aceitarem as orientações profissionais como garantia da qualidade de vida e saúde.
uma pedagogia marginal, cujo mérito consiste apenas em levar os indivíduos que a praticam a sentirem-se coerentes.
uma pedagogia cujos conteúdos privilegiam a defesa da socialização política e econômica.
um instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais.
a única pedagogia que busca o aperfeiçoamento da condição humana.