IFRR Superior 2018/1

Em qual das opções há erro de identificação da figura de linguagem?

“O Pensamento ferve, e é um turbilhão de lava”. (Olavo Bilac) – Hipérbole

“Herdeiro já era muito; mas universal ... Esta palavra inchava as bochechas à herança. Herdeiro de tudo, nem uma colherinha menos. E quanto seria tudo? Ia ele pensando. Casas, apólices, ações, escravos, roupa, louça, alguns quadros, que ele teria na Corte, porque era homem de muito gosto, tratava de coisas de arte com grande saber. (Machado de Assis) – Gradação

“Nosso céu tem mais estrelas, /Nossas várzeas têm mais flores,/ Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida mais amores.” (Gonçalves Dias) – Anáfora

“Meu Deus! Como é sublime um canto ardente. (Castro Alves) – Metonímia

“E a névoa e flores e o doce ar cheiroso/ Do amanhecer na serra/ Do céu de minha terra, /E o céu azul e o manto nebuloso. (Álvares de Azevedo) – Polissíndeto.

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Resposta

Resolução

A questão pede que identifiquemos em qual das alternativas a figura de linguagem foi classificada de modo incorreto. Ao analisarmos cada uma das passagens, percebemos que na alternativa (D) a figura de linguagem não corresponde a uma metonímia, pois “um canto ardente” não se caracteriza por substituição de termos relacionados entre si (como acontece na metonímia). No caso, temos uma expressão intensificadora que se aproxima de uma metáfora ou sinestesia, mas não de uma metonímia. Por isso, a letra (D) é a incorreta.

Dicas

Observe se há repetição de termos ou conjunções.

Verifique se há exagero em alguma expressão.

Procure entender se uma palavra substitui outra por relação de proximidade ou causalidade (metonímia).

Erros Comuns

Confundir metonímia com metáfora ou outras figuras de linguagem que envolvem mudança de sentido.

Considerar qualquer repetição de palavras como polissíndeto; lembrar que específico do polissíndeto é a conjunção repetida (normalmente “e”).

Assumir que toda sequência de itens seja gradação, sem verificar a progressão ou a intensificação de sentido.

Revisão

As principais figuras de linguagem empregadas num texto são recursos que envolvem comparação, aproximação de sentidos, intensificação ou substituição de termos. Entre elas, destacam-se: a hipérbole (exagero), a anáfora (repetição de palavras no início de versos ou orações), o polissíndeto (repetição de conjunções), a metonímia (emprego de um termo por outro, devido a relação de contiguidade), e a gradação (disposição progressiva ou regressiva de ideias). É essencial compreender o sentido e o contexto para identificar corretamente cada figura.

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