Em meados dos anos 1980, o sociólogo alemão Ulrich Beck publicou o livro Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade, no qual chama a atenção para o risco como algo inerente ao nosso tempo. Por sua vez, no livro Mundo em descontrole: o que a globalização está fazendo de nós, publicado originalmente em 1999, o sociólogo britânico Anthony Giddens tanto aponta para o risco externo a nós, quanto àquele que é criado em razão das contradições e incertezas atuais. Com visão semelhante, o geógrafo brasileiro Rogério Haesbaert afirma que, nos dias atuais, sem dúvida, a incerteza ou a imprevisibilidade e o risco são aspectos fundamentais que moldam a chamada globalização.
Considerando tal problemática abordada pelos autores acima, assinale a proposição correta em relação a contradições de nosso tempo.
A produção de mercadorias para o consumo em larga escala encontra amparo no crescente desenvolvimento científico e tecnológico que assegura a produção de novos materiais e a consequente dispensa de recursos naturais outrora insubstituíveis.
Na escala das cidades, os riscos envolvem tanto a dimensão socioambiental, em razão da intensa ocupação indevida de áreas insalubres, como morros e fundos de vales, como o problema de segurança pública, da poluição do ar e dos mananciais, os congestionamentos frequentes, dentre outros.
Na esfera da economia, a interdependência alcançada com a globalização em curso diminui a vulnerabilidade das políticas econômicas dos países, pois a integração do comércio e dos fluxos de capitais permite aos governos atrair investimentos para a superação das dificuldades impostas pelas crises.
Enquanto na escala dos Estados nacionais a questão da segurança está sob controle, na internacional, os riscos crescem com a estruturação de grupos terroristas fundamentalistas e as migrações de refugiados que fogem de áreas em conflito, em busca de ajuda humanitária, como efeito da globalização.
Com a crise do Estado, as soluções aos problemas locais, na escala da cidade, são apresentadas pela própria iniciativa privada, com a construção de condomínios fechados, permanentemente monitorados, e com a implantação de toda a infraestrutura urbana para evitar riscos de problemas socioambientais.