ENEM 2014 segunda aplicação

Em dezembro de 1945, começou uma greve de dois meses no principal porto da África Ocidental Francesa, Dacar. As autoridades só conseguiram levar os grevistas de volta ao trabalho com grandes aumentos de salário e, o que é ainda mais importante, pondo em prática todo o aparato de relações industriais usado na França — em resumo, agindo como se os grevistas fossem modernos operários industriais.

COOPER, F.; HOLT, T.; SCOTT, R. Além da escravidão. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005 (adaptado).

Durante o neocolonialismo, o trabalho forçado − que não se confunde com a escravidão — foi uma constante em diversas regiões do continente africano até o século XX. De acordo com o texto, sua superação deveria da

a

crítica moral da intelectualidade metropolitana.

b

pressão articulada dos organismos multilaterais.

c

resistência organizada dos trabalhadores nativos.

d

concessão pessoal dos empresários imperialistas.

e

baixa lucratividade dos empreendimentos capitalistas.

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Resposta
C
Tempo médio
1 min

Resolução

A questão pede para identificar, com base no texto fornecido, o fator que levou à superação do trabalho forçado (ou, no caso específico do texto, a uma melhoria significativa das condições de trabalho que se afastavam dessa prática) durante o período neocolonial.

1. Leitura e Interpretação do Texto: O texto descreve uma greve de trabalhadores ("greve de dois meses no principal porto [...] Dacar") em 1945. Ele detalha a consequência dessa greve: as autoridades coloniais francesas foram forçadas a conceder aumentos salariais e, crucialmente, a implementar o sistema de relações industriais francês. Isso significou tratar os trabalhadores africanos como "modernos operários industriais", um avanço em relação às práticas anteriores (associadas ao trabalho forçado mencionado no enunciado).

2. Identificação da Causa e Efeito: A causa da mudança foi a "greve de dois meses". A ação foi iniciada e sustentada pelos trabalhadores ("grevistas"). O efeito foi a resposta das autoridades, que melhorou as condições e o status dos trabalhadores.

3. Análise das Alternativas à Luz do Texto: * A alternativa A (crítica moral da intelectualidade) não é mencionada no texto. * A alternativa B (pressão de organismos multilaterais) não é mencionada no texto. * A alternativa C (resistência organizada dos trabalhadores nativos) descreve exatamente o que o texto relata: uma greve ("resistência organizada") realizada pelos trabalhadores locais ("trabalhadores nativos") que resultou em mudanças significativas. * A alternativa D (concessão pessoal dos empresários) é incorreta. A mudança veio das "autoridades" em resposta à greve, não de uma concessão voluntária ou pessoal de empresários. * A alternativa E (baixa lucratividade) não é mencionada como fator no texto.

4. Conclusão: O texto demonstra claramente que a ação coletiva e organizada dos trabalhadores africanos (a greve) foi o fator determinante para que as autoridades coloniais alterassem as condições de trabalho, aproximando-as das normas metropolitanas e afastando-as das práticas de exploração mais severas. Portanto, a superação dessas condições, conforme o exemplo do texto, dependeu da resistência organizada dos trabalhadores.

A alternativa correta é a C.

Dicas

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Identifique quem são os protagonistas da ação principal descrita no texto.
Qual foi a ação realizada por esses protagonistas?
Qual foi o resultado direto dessa ação, segundo o texto?

Erros Comuns

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Não relacionar a greve descrita no texto com o conceito de 'resistência organizada'.
Atribuir a mudança a fatores externos não mencionados no texto, como pressão internacional ou boa vontade das autoridades/empresários.
Interpretar a ação das autoridades como uma iniciativa própria, e não como uma resposta à pressão dos trabalhadores.
Confundir o contexto específico do texto (uma greve e suas consequências) com generalizações sobre o fim do colonialismo ou do trabalho forçado que não se baseiam diretamente no trecho fornecido.
Revisão

Revisão de Conceitos Essenciais:

  • Neocolonialismo (ou Imperialismo): Período, principalmente entre o final do século XIX e meados do século XX, em que potências europeias (como França, Reino Unido, Bélgica, Portugal) colonizaram e exerceram controle político, econômico e cultural sobre vastas áreas da África e da Ásia. O foco era a exploração de recursos naturais e mão de obra para benefício das metrópoles.
  • Trabalho Forçado Colonial: Sistemas de trabalho impostos pelas potências coloniais aos povos nativos. Embora distinto da escravidão (onde a pessoa é propriedade de outra), envolvia coerção, baixos ou inexistentes salários, condições precárias e violência. Era usado em plantações, construção de infraestrutura (estradas, ferrovias) e mineração.
  • Resistência Africana: Os povos africanos não aceitaram passivamente a dominação colonial. A resistência ocorreu de diversas formas, incluindo revoltas armadas, protestos pacíficos, manifestações culturais e, como no caso do texto, organização de trabalhadores e greves para lutar por melhores condições e direitos.
  • Movimento Operário/Sindicalismo: A organização de trabalhadores para defender seus interesses coletivos, negociar melhores salários, condições de trabalho e direitos. Greves são uma das principais ferramentas de luta do movimento operário. O texto mostra a emergência desse tipo de organização e luta no contexto colonial africano.
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