UNICENTRO 2011/1
Em Curitiba, rebenta a greve também no dia 19 [1917]: cessa o movimento na cidade, as luzes permanecem apagadas até certa hora, a passeata operária acaba em tiros, ficando feridos soldados e operários. No dia seguinte, os trabalhadores atacam a usina de energia, paralisam os bondes e o comércio cerra suas portas.
(CARONE, 1970, p. 229).
A análise do texto e os conhecimentos sobre a história da classe operária paranaense permitem afirmar:
O movimento descrito no texto refletia as lutas camponesas pela posse da terra, que se desenvolviam, desde o Segundo Império, em todo o sul do Brasil.
Os grevistas de 1917 estavam diretamente articulados ao movimento do Contestado e, portanto, tinham motivações essencialmente religiosas.
O movimento operário de Curitiba articula-se com o processo mais amplo da tomada de consciência social e política da classe operária no Brasil, gerando uma onda de greves, que vai de 1917 a 1919.
O movimento grevista referido foi organizado e coordenado pelos membros do Partido Comunista Brasileiro que, desde 1917, atuavam nas fábricas dos centros industriais do país.
A atuação de líderes estrangeiros, especialmente portugueses e ingleses, nesse movimento grevista, indica o despreparo da classe operária para a defesa de melhores condições de vida.
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