Em contraste com a estagnação e mesmo a decadência de outras regiões do Império, o vale do Paraíba do Sul apresentava- -se em franco progresso, especialmente a partir da década de 1830-1840. Em torno dos novos-ricos dessa região, formar-se-ia um novo bloco de poder, cuja hegemonia, durante muitos anos, não seria contestada.
(Hamilton M. Monteiro, Brasil Império. p. 36. Adaptado)
Sobre o projeto político hegemônico, é correto considerá-lo como
o resultado de uma ampla negociação entre as elites do Centro-Sul e as nordestinas, pela qual o modelo político- -administrativo descentralizado era aceito por todos os grupos regionais, desde que o modelo agroexportador fosse protegido em Minas Gerais, a província mais rica do Segundo Reinado.
uma vitória dos representantes das oligarquias que defendiam o liberalismo radical, porque no decorrer das Regências ampliou-se a autonomia das províncias e houve um alargamento dos direitos políticos, com a concessão do voto universal masculino desde 1837.
uma articulação bem costurada entre liberais e conservadores, desde a aprovação da Reinterpretação do Ato Adicional em 1841, que garantiu a estabilidade do poder a partir do reforço do papel do Parlamento, especialmente do Senado, e o isolamento político do imperador Dom Pedro II.
um processo desencadeado com o chamado Regresso Conservador, que defendia a anulação das medidas liberais presentes no Ato Adicional de 1834, o que resultou em uma série de práticas centralizadoras do poder, como a restauração do Conselho de Estado em 1841.
uma ação decisiva das elites nordestinas e sulinas, muito preocupadas com a possibilidade de fragmentação político- -territorial em função das rebeliões regenciais, colaborando decisivamente para a reforma constitucional de 1840, que trouxe princípios federalistas.