Em 25 de abril de 1974, a população portuguesa, aliada aos militares, derrubou a ditadura salazarista inspirada no fascismo italiano e instalada desde 1933. Essa revolução foi imortalizada nos versos da canção de Chico Buarque (1975).
TANTO MAR
Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente
Um velho cravo para mim (...)
Canta a primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente
Algum cheirinho de alecrim
Esse movimento de libertação
ocorreu na primavera europeia, período escolhido pelos revolucionários como o mais adequado para derrubar o regime salazarista. Apesar de todo apoio das colônias portuguesas da África a Antonio Salazar, o ditador não conseguiu se sustentar no poder.
usou como símbolo o alecrim, uma planta típica de Portugal, pois era a maneira de se identificar os contrários à ditadura. Aqui no Brasil, na década de 1970, o povo brasileiro, apoiado pelos Estados Unidos, se organizava para fazer uma contrarrevolução democrática.
de forte orientação socialista, só ocorreu porque teve apoio da União Soviética, que enviou mísseis e tanques de guerra. O regime salazarista havia sido minado pelas rebeliões coloniais, sobretudo das colônias asiáticas, além do rompimento com os países do Leste europeu.
utilizou um cravo vermelho e, como senha, uma música proibida pela censura portuguesa, para iniciar o movimento de derrubada do regime salazarista. Ao registrar “Cá estou carente”, o compositor brasileiro se refere ao regime da ditadura civil-militar vigente no Brasil, à época.