Em 1848, na região de Manchester, Inglaterra, 99% das mariposas (Biston betularia) eram brancas e 1%, negras. Estas últimas, de fato, eram presas fáceis de capturar por serem bem visíveis sobre os alvos troncos cobertos de liquens. Depois, veio a era do carvão, a poluição matou os liquens e, em 1895, em Manchester, 90% das borboletas eram negras e 10%, brancas, agora, por sua vez, presas fáceis sobre os troncos enegrecidos pelo carvão.
TIEZZI, Enzo. Tempos históricos, tempos biológicos. A terra ou a morte: os problemas da nova ecologia. São Paulo: Nobel, 1988. p.67. Adaptado.
Além do caso das mariposas de Manchester, a Revolução Industrial gerou outros efeitos ambientais na Inglaterra.
Entre eles, a
redução das emissões de poluentes devido à adoção, por parte da burguesia inglesa, de modelos agroecológicos de produção.
extinção de animais de grande porte, largamente utilizados como fonte de energia para a movimentação dos motores das máquinas.
adoção da monocultura de espécies exógenas, como o milho e a cana-de-açúcar, que contribuíram para a significativa redução da biodiversidade nativa.
proliferação de “desertos verdes”, com as plantações de eucalipto e a emissão de materiais particulados na atmosfera.
derrubada de florestas para a mineração de carvão e o descarte de esgoto não tratado e de resíduos industriais nos rios.