“Em 1790, o gramático Pierre-Nicolas Chantreau publicou um Dicionário nacional e anedótico que exemplificava a amplitude das transformações provocadas pela Revolução Francesa. A maioria das palavras presentes no Dicionário já existia antes, mas o seu significado havia mudado. Assim, Constituição designou, a partir de então, um “corpo de leis que convém a um povo livre” [...] Mais ainda, certas palavras foram proscritas: plebeu, servidão, vassalo. Por outro lado, surgiram expressões como representante da nação...”
LEUWERS, Hervé. O legado da transformação. In: História Viva. Grandes Temas, março/2004. Disponível em
http://www2.uol.com.br/historiaviva/artigos/especial_revolucao_francesa_o_legado_da_revolucao.html. Acesso em 08/09/ 2015. (Adaptado)
Esse excerto expressa, a partir da mudança no significado das palavras, os principais aspectos da política liberal que a França exportou para a maior parte do mundo após a Revolução de 1789. Dentre esses aspectos, podemos destacar
a existência política e civil dos três Estados, que continuaram a existir juridicamente após o período revolucionário.
a nova forma de conceber a política, que preservou a soberania do rei a partir da criação de um corpo de leis para a sociedade.
a criação de uma sociedade de direitos e de cidadãos, cuja noção de cidadania foi consagrada na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
o fim da propriedade privada e a partilha da terra, uma das principais reivindicações dos camponeses, garantidos pela extinção da servidão.
a ascensão das classes populares aos mesmos padrões de vida da burguesia e da nobreza, com o fim da política mercantilista.