Em 1621 criou-se a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, e o fim da trégua marcou nova mudança no cenário. Formada a partir de capitais do Estado e do aporte de verba de financistas privados, a Companhia teria como um dos objetivos principais a ocupação de zonas de produção açucareira no Brasil e o controle do suprimento de escravos na África: atividades complementares e indissociáveis. Como descreveria o padre Antonil, importante cronista da América Portuguesa, ainda no princípio do século XVIII, os escravos “eram as mãos e os pés” dos senhores de engenho e, sem eles, não havia açúcar.
(SCHARCZ; STARLING. 2015. p. 58-59).
A criação da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais foi um resultado do processo
de desenvolvimento da industrialização holandesa, que necessitava expandir seu mercado fornecedor de matéria-prima e consumidor de produtos industrializados.
de corrida imperialista para a conquista de colônias, objetivando a aplicação do excedente do capital, diante da saturação do mercado europeu.
de maior controle do Estado absolutista espanhol, no contexto da União Ibérica, sobre a Holanda, que impôs restrições aos negócios holandeses no Brasil.
das ondas liberais que contribuíram para a ruína do absolutismo e do controle estatal sobre a economia, defendendo a liberdade de comércio e de produção.
do apoio das potências europeias ao processo de independencia das colonias ibero-americanas, visando à ampliação das relações comerciais.