Eis o ensinamento de minha doutrina: “Viva de forma a ter de desejar reviver — é o dever —, pois, em todo caso, você reviverá! Aquele que ama antes de tudo se submeter, obedecer e seguir, que obedeça! Mas que saiba para o que dirige sua preferência, e não recue diante de nenhum meio! É a eternidade que está em jogo!”.
NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).
O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios radicais de avaliação da
qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.
conveniência do cuidado da saúde física e espiritual.
legitimidade da doutrina pagã da transmigração da alma.
veracidade do postulado cosmológico da perenidade do mundo.
validade de padrões habituais de ação humana ao longo da história.
Passo a passo da solução:
Leitura e Interpretação do Texto-Base: O texto apresenta um fragmento do pensamento de Nietzsche sobre a doutrina do Eterno Retorno. A ideia central é: "Viva de forma a ter de desejar reviver". Isso significa que cada momento, cada ação, deve ser vivida de tal maneira que você aceitaria, e até desejaria, revivê-la exatamente da mesma forma por toda a eternidade. A frase "É a eternidade que está em jogo!" reforça o peso dessa perspectiva.
Análise do Enunciado: O enunciado pede para identificar o que a doutrina do Eterno Retorno, conforme apresentada no texto, avalia. A chave está em entender que o "desejar reviver" funciona como um critério, um padrão de medida.
Avaliação das Alternativas à Luz do Texto:
Conclusão: A alternativa que melhor captura o propósito do Eterno Retorno como um critério radical de avaliação, conforme exposto no texto, é a que se refere à qualidade da existência pessoal e coletiva. Viver de modo a desejar reviver é o teste supremo da qualidade e do valor atribuído à própria vida.
Portanto, a alternativa correta é a A.
Revisão de Conceito: O Eterno Retorno de Nietzsche
O Eterno Retorno do Mesmo (em alemão: Ewige Wiederkunft des Gleichen) é um dos conceitos mais complexos e centrais da filosofia de Friedrich Nietzsche. Ele pode ser entendido de duas formas principais:
No trecho da questão, o foco está claramente no aspecto ético/existencial, usando a ideia da repetição eterna como um critério para avaliar como se deve viver.
Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.