É atribuído a Aristóteles o seguinte fragmento de uma obra do século IV a.C.
É essencial que cada escravo tenha uma finalidade claramente definida. É tanto justo quanto vantajoso oferecer a liberdade como prêmio; quando o prêmio, e o período em que puder ser atingido, forem definidos claramente, isto os fará trabalhar de boa vontade.
(CARDOSO, Ciro Flamarion. Trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984. p. 108).
Na concepção grega, o escravo era um objeto de propriedade, mas ao mesmo tempo um ser humano que
poderia ser vendido, alugado, emprestado, doado e confiscado. Todavia, o Estado também poderia conceder a liberdade àqueles que denunciassem conspiração ou malversação do dinheiro público, se assim fosse comprovado, e seus donos deveriam premiar os bons escravos com prêmios e alforias.
deveria ter respeito ao ex-dono e, mesmo alforriado, teria que continuar a cumprir certas tarefas, como a de participar de uma colheita anual; em relação ao Estado, deveria continuar com a sua obrigação de limpar ruas e fabricar moedas.
deveria ser alforriado ao denunciar as revoltas planejadas pelos escravos de ganho, pois somente assim ganharia a plena liberdade; esse mecanismo não era aplicado aos escravos de guerra e aos escravizados por dívida.
era utilizado nos serviços agrários, visto que a Grécia vivia em constantes guerras que terminavam por convocar todos os agricultores para os campos de batalha; os escravos e os metecos ficavam sendo os responsáveis pelo abastecimento da cidade e só em tempos de paz eram alforriados.
deveria ser libertado assim que cumprisse o contrato de cinco colheitas de azeitonas e construísse dois moinhos; os escravos do Estado deveriam cumprir com a obrigação de participar de duas batalhas, ajudando o exército grego a sair vitorioso.