Durante o final do período marcado pelo regime militar, sobretudo a partir de 1979, a inflação chegou a superar os 70% anuais. Apesar de um crescimento econômico substancial, durante o final da década de 1970, todos os especialistas estavam de acordo que o combate à inflação deveria ser a preocupação número um dos primeiros governos civis, após o governo do General Figueiredo que, obviamente, num processo de abertura, não iria correr o risco político de combater a inflação.
Sobre a passagem do período militar para os governos civis, podemos dizer que:
O governo Tancredo/Sarney herdou uma inflação galopante que corroía o poder de compra dos trabalhadores e causava falências e desemprego. Foi empregado durante o governo Sarney, para combater esse problema, o Plano Cruzado, que consistia, dentre outros mecanismos, no congelamento de preços, estímulo ao crédito, corte de zeros e reajuste emergencial do salário mínimo.
José Sarney, a partir de seu ministro Dílson Funaro, estimulou empréstimos para os setores agrícola e industrial, além de praticar uma política heterodoxa no combate à inflação, garantindo o livre mercado, a livre concorrência e a livre política de preços e salários.
Durante o governo de João Batista Figueiredo, o Brasil entrou numa abertura “lenta, gradual e segura”, garantida pelos sindicatos que fechavam uma forte aliança com o governo militar, retomando assim os direitos políticos para todos os cidadãos, em troca de eleições indiretas para o novo presidente. No campo econômico, Figueiredo tomou providências no combate ao desemprego na área agrícola, simbolizado no slogan “plante que o João garante”.
A passagem do período ditatorial (1964-1985) para o de redemocratização foi marcada por amplo crescimento econômico e baixa inflação, que só teve início ao longo do período de Sarney, eleito diretamente pelo povo depois de 24 anos.